Bem, hoje vamos falar sobre um assunto polêmico, que é a chamada
antipsiquiatria. Creio que grande parte das pessoas ainda não sabem do
que se trata. Então vamos começar pelo começo...(mas sem muito bla bla
bla, pois a minha intenção é ser o mais simples possível).
O que é a psiquiatria? É um ramo da medicina que procura tratar
as desordens e sofrimentos mentais, por muitos chamadas de loucura. A
palavra psiquiatria vem do grego e quer dizer: "arte de curar a alma".
Só o significado já é tema de um debate e tanto, pois como se cura a
alma com medicamentos e outros procedimentos?
Já a loucura, de uma maneira geral, são comportamentos e
pensamentos considerados anormais pela sociedade. Não vou aqui falar
também sobre o que acho sobre o assunto, pois é um tema bastante
subjetivo, pois a loucura para uns pode não ser loucura para outros.
Então, o que é a antipsiquiatria? Podemos dizer que é um
movimento criado(inclusive por alguns psiquiatras) que coloca em questão
alguns procedimentos e idéias adotados pela psiquiatria, como, por
exemplo:
-tratar e classificar praticamente todas as desordens emocionais e mentais como doenças.
-a origem biológica de alguns transtornos emocionais e mentais
A antipsiquiatria afirma também que alguns psiquiatras tem
envolvimento com a indústria farmacêutica, principalmente nos Estados
Unidos. Para falar de uma maneira simples, eles afirmam que os
psiquiatras ganham dinheiro ao classificarem novas doenças, para assim,
criarem mais medicamentos para serem consumidos. Ainda afirmam que esses
remédios são liberados da fase de testes muito mais rapidamente com a
ajuda desses psiquiatras.
Bem, e eu, como blogueiro, e estudante da doença, o que acho disso tudo? Não
vou me colocar no meio do muro, mas, para mim, tanto a psiquiatria como
a antipsiquiatria estão sendo radicais. A psiquiatria, por generalizar
alguns sentimentos e comportamentos como doença, e a antipsiquiatria ao
afirmar que não existem fatores biológicos que alterem o estado mental
de uma pessoa.
Em relação à psiquiatria, acho que existe um exagero ao se
encontrar uma classificação para todos os tipos de comportamentos e
sentimentos que não estão dentro do que é considerado normal pela
sociedade. Transformou-se tristeza em depressão, timidez em não sei lá o
que, e outras coisas mais. Tanto é que o manual de diagnóstico de
distúrbios mentais cresceu bastante nos últimos anos. Após semanas lendos artigos e textos sobre pisiquiatria, a sensação que me passam é que tudo o
que se passa na mente humana é biológico ou químico.
Acredito que existam os maus profissionais na área de saúde
mental, que aproveitam a fragilidade emocional dos pacientes, para
aumentarem o lucro da indústria farmacêutica, principalmente nos Estados
Unidos, onde a maioria dos medicamentos para transtornos mentais são
criados. Se existe uma "banda podre" na política, na religião, na polícia,
por que não haveria na psiquiatria? A indústria farmacêutica visa o
lucro, assim como a automobilística, ao afirmar que você será uma pessoa
melhor se adquirir tal carro, ou como a indústria de cosméticos, que
promete o creme da eterna juventude em poucas aplicações de cremes
milagrosos.
Mas não posso deixar de dizer, pelo que eu li, que
existem profissionais bem intencionados na psiquiatria, e inclusive doentes mentais devem a melhora, em grande parte, a esses profissionais. Só achei
completamente errado o primeiro artigo que li, este escrito por um paciente, o pisquiatra
diagnosticou e receitou os medicamentos em menos de dez minutos,
sendo que, no momento da consulta o paciente ja estava se sentindo bem, pois o
surto já tinha passado, só estava um pouco assustado com tudo o que
havia acontecido. Acho que o que ele mais precisava naquele momento era
de esclarecimento e explicações sobre o que é a esquizofrenia. Ele já tinha
ouvido falar nesse nome, mas não tinha a mínima ideia do que se
tratava.
Em relação à antipsiquiatria, acho que eles pecam em afirmar que
não existe fatores biológicos que causem desordens mentais. Assim como
pode existir um figado que não funciona corretamente e que não produza
insulina suficiente, causando a diabetes, pode haver um cérebro que
tenha um mau funcionamento, sem produzir certas substâncias, como a
serotonina, causando assim uma depressão, ou então produzindo dopamina
em excesso, que é a teoria mais aceita hoje em dia para tentar se
explicar a esquizofrenia.
Sem contar que existem fatores genéticos que talvez podem
contribuir para o surgimento da esquizofrenia. Muitos amigos que tenho e
que são portadores de esquizofrenia, tem ou tiveram parentes com o
mesmo transtorno. Minha mãe tinha algum transtorno mental, pelo que me
lembro do comportamento dela. Lembro-me do dia em que ela teve uma
crise, e foi levada a um hospital, mas, infelizmente, minha avó não
aceitou o diagnóstico do médico.
Ainda existe a questão de que o cérebro envia impulsos elétricos
para o resto do corpo, e acho que, se o mesmo não fizer isso direito,
pode ocorrer uma falta de ânimo para realizar as tarefas do dia a dia.
Há alguns anos atrás, vi uma reportagem na tv que mostrava uma mulher
que foi curada da depressão implantando um marcapasso no cérebro. Ela
dizia que ficou 100% curada da depressão. Veja a reportagem:
Mas, já pensou se a bateria acabar em uma festa? As pessoas irão perguntar:
- O que você tem? você estava tão bem! Ai a mulher irá responder:
- É que a minha bateria arriou!
Os cientistas teriam então que implantar uma espécie de tomada na
pessoa, para recarregá-la. Assim, quando a bateria acabar, é só
conectar o recarregador na pessoa e pronto!
Brincadeiras a parte, se a mulher se sentiu melhor com isso, não vejo
por que não fazer o procedimento. Faria a mesma coisa no lugar dela, e sei que o portador da esquizofrenia fazeria qualquer coisa para se livrar dela...
A minha intenção ao publicar este post não é a de colocar as
pessoas contra a psiquiatria, e contra os medicamentos, mas sim alertar
para que as pessoas pensem duas vezes antes de tomarem um
antidepressivo, quando na verdade estão apenas tristes, por um motivo
real e verdadeiro. Também alerto que coloquem os prós e os contras na
hora de tomar um remédio para dormir, pois eles não irão fazer com que
os problemas que estão lhe tirando o sono desapareçam. Basta olhar o
caso do Michael Jackson, que, com o tempo se tornou dependente desses
medicamentos, e, como os mesmo já não faziam efeito, teve um triste
fim, pois só conseguia dormir a base de anestésicos.
Acho que houve uma grande melhora no tratamento dos transtornos
mentais, pois é melhor tomar um medicamento do que ter parte do seu
cérebro destruída por um picador de gelo e um martelinho, como era feita
na lobotomia. Acredito que num futuro próximo serão criados
medicamentos com menos efeitos colaterais, pois existem pessoas sérias e
bem intencionadas na psiquiatria sim. Só espero que o interesse e a
ganância da indústria farmacêutica não atrapalhe isso.
Bem, obrigado por visitarem o blog, o post foi extenso, pois o
assunto é muito polêmico. Desculpem-me os possíveis erros de português.
Não sou formado em letras, não sou psiquiatra.